
A prefeita de Ipiaú, Laryssa Dias (PP), segue utilizando a máquina pública para contemplar familiares de vereadores aliados. Nesta quarta-feira (21), o Diário Oficial do Município trouxe a nomeação de Francisco Xavier de Jesus para o cargo de assessor administrativo na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Serviços Públicos (SEDUR).
Francisco Xavier de Jesus, conhecido como São Jorge, é ex-vereador e esposo da vereadora Andréia Novaes (PP), fortalecendo ainda mais a prática recorrente da gestão de nomear parentes de parlamentares governistas. O decreto assinado pela prefeita retroage os efeitos da nomeação para o dia 10 de fevereiro de 2025, garantindo ao novo assessor o recebimento integral do salário desde essa data.

A concessão de cargos a familiares de políticos não é novidade na administração de Laryssa Dias. Filhos dos vereadores Milton Costa, o Picolé (MDB), e Naciel Ramos (PSD) já foram beneficiados com nomeações, assim como Cláudio Nascimento, nome ligado ao grupo governista.
Enquanto isso, cabos eleitorais e apoiadores da prefeita que atuaram ativamente em sua campanha encontram dificuldades para conseguir um espaço na administração municipal. Nos bastidores, a insatisfação cresce, especialmente entre aqueles que se dedicaram à reeleição dos vereadores e agora se veem preteridos em favor de familiares dos parlamentares.
A prática de nomear parentes de agentes políticos sem concurso público é alvo de constantes críticas e pode configurar nepotismo, dependendo da função exercida. O Tribunal de Contas dos Municípios e o Ministério Público já atuaram em casos semelhantes em outras cidades, e a situação em Ipiaú pode se tornar objeto de questionamento por órgãos de controle.
Resta saber até quando a prefeita Laryssa Dias continuará utilizando cargos públicos como moeda de troca para manter sua base aliada satisfeita – mesmo que isso signifique desagradar sua própria militância.