No sertão da burocracia, na “terra de Maria”,
Onde a papelada é um tormento,
Veio à baila a Lei do Orçamento,
Muita grana escondida e falta de esclarecimento.
A prefeita chamou sua turma,
Pra discutir o tal gasto,
Mas, na mesa, só confusão…
Tudo faltava: da bandeira até o mastro.
O “controlador indicado”, com sua gravata engomada,
E uma calculadora na mão,
Disse:
— Prefeita, a LOA é peça jurídica complicada…
— É mister e indispensável a “gestão”!
A filha da prefeita, atrás da porta, riu:
— Vou precisar de um bilhão,
Pra consertar aquele buraco!
Na tomada de preço e nota da DM, cabe até caminhão!
A secretária da “educação”
Logo levantou a mão:
— Vinte mil de salário do professor temporário,
E pras crianças, mingau e pão!
Na câmara dos vereadores,
Apressados pra entrar de férias,
Alguém gritou:
— Esse orçamento tá esquisito…
E alguém precisa vir aqui explicar!
— Cem por cento de suplementação?
A Câmara vai anular!
De duzentos milhões da LOA,
Noventa pra “educação” e quarenta e dois pra “saúde”.
Até o São Pedro 2025,
Só espero que nada mude.
A prefeita, coçando a cabeça,
Com um olhar bem preocupado,
Pensou:
— Eu só tenho a 4ª série…
— Diante de tanta denúncia, fico toda atrapalhada!
Mas, com calma e muita paciência,
Acionem o Bolsa Zap… bem reforçado.
Conseguiremos passar as contas
E ter, enfim, goela abaixo, o orçamento aprovado.
E assim continua a novela
No sertão da burocracia,
Onde até uma importante Lei do Orçamento
É motivo de pilhéria, com dinheirama escondida em magia.
Não sei, só sei que foi assim,
Sem essa tal LOA-2025 aprovada,
Laryssa…
Seu governo não inicia nada.