Em uma análise histórica, recolhida e organizada ao longo do tempo, registra-se que, no exercício da construção dos motivos, justificativas e narrativas das bases fundantes da oposição ao governo de Maria I e II, juntando as palavras já proferidas, destaca-se a seguinte explicação: Maria não é uma pessoa, mas sim duas!
Há uma Maria na sua pessoa física e outra, na personagem abstrata. Esta última foi contratada, construída de forma terceirizada e profissional, inventada como um produto qualquer de marketing, com as mesmas técnicas e artimanhas cognitivas usadas para vender sabão em pó. Essa personagem é constantemente lapidada e defendida diuturnamente pela equipe de governo, pela turma inconsequente do marketing, pelo “Bolsa Zap”, pelos blogs de aluguel e pelos funcionários fantasmas que só aparecem na folha de pagamento.
Em suas argumentações políticas de oposição, há quem a compare a uma boneca de ventríloquo controlada pela filha e por outros membros da cúpula do governo estadual, em um revezamento que varia conforme o tema e os interesses por trás.
Embora muitos continuem se fazendo de surdos, nos dois últimos governos de Maria I e II passaram pelos cofres públicos municipais cerca de R$ 1,2 bilhões. Já no governo de Laryssa, está previsto o trânsito de outro bilhão. A pergunta que fica é: para onde está indo essa montanha de dinheiro? E, mais gritante ainda, por que tanto desprezo popular em relação a essa questão?
Segundo falas do atual e ainda presidente da Câmara, Robson Moreira: “A pessoa da Sra. Maria das Graças é uma pessoa calma, educada e respeitosa, mas não tem conhecimento nenhum sobre orçamento e gestão pública, sendo incapaz de dar conta, de forma autônoma, do cargo que ocupa.”
Este é um oximoro gritante entre a pessoa e a personagem, pois Maria nunca teria administrado nada, embora apareça na Receita Federal como sócia da filha em 10 CNPJs, com um capital social de dezenas de milhões. Antes de ser capitaneada e colocada como um “santo de barro” num andor, cercada de flores, devoção e velas, pelo grupo político que teve a audácia de até inventar um endereço oficial, como se ela de fato tivesse um estabelecimento em Ipiaú, e que a levou iconicamente ao poder, ela, até então, só tinha experiência em cuidar da zeladoria do lar.
Sem formação acadêmica, tem apenas a 4ª série do antigo primário, e seu patrimônio oficial é pouco mais de R$ 3 milhões (conforme ela mesma declarou ao TSE). É esposa de um homem muito rico, herdeiro de uma fortuna deixada pelo pai, que vive afastado, gerenciando seus próprios negócios com sua inseparável secretária preferida…
Coluna Na Mira da Desfaçatez:
Já a personagem “Mainha”, Maria das Praças e/ou Nossa Prefeita, é uma figura criada em Salvador e publicizada na mídia local de forma paga, por meio de agenciamento publicitário terceirizado, sem licitação, escolhido a dedo para gerir a propaganda do governo e não os reais feitos da prefeitura. Em “seu governo”, deverá atingir o recorde de gastos de R$ 4,5 milhões, oriundos e pagos pelos cofres públicos municipais.
Mas aí surge a questão: se ela está aí e continua sendo votada indiretamente (na eleição da nova “boneca de ventríloquo”), e não houve nada de ilegal (até que se prove o contrário), é porque o povo continua a sustentar, apoiar e votar nesse mesmo grupo político. A candidata Laryssa, por exemplo, obteve de forma legítima 44% do total de votos dos eleitores habilitados a votar em Ipiaú (57% dos votos válidos). Ela não tem a maioria dos votos dos eleitores ipiauenses, mas tem sim a maioria dos votos válidos de quem saiu de casa para votar no pleito de 2024.
A explicação: as preferências políticas são como as cartas de um jogo, que mudam de aposta, lado e valor conforme o interesse e o resultado dos jogadores-parceiros, e quais sejam os prováveis ganhadores da partida corrente. Logo, tudo na partida permanece como um “enigma” paradoxal velado, onde a maioria dos demais jogadores-pagantes sequer tem clareza de quem de fato está arcando com a rodada do jogo. Só os velhacos, mais expertos e malandros, dominam os meandros estatais oficiais, a seu tempo e lugar. Mesmo sendo a estratégia da partida um objeto central de estudos das mais variadas correntes, visões e ofícios, aos quais muitos têm se debruçado, e grande parte de seus pensadores, acadêmicos e atores, ainda não tenha chegado a um consenso matemático-didático que explique claramente como sairmos dessa matriz!
Para muitos eleitores, as apostas particulares praticadas nas partidas do jogo em curso são um artigo de conveniência bastante antigo, mas a noção de que é um artefato seguro, aceito sem discussão, é em todos os sentidos um fato bastante ocasional, além de microregional. Fruto do interesse imediato, objetivo e certeiro, sob as pretensões e sacadas logradas em cada jogada, e, conjuntamente, a seus pares apoiadores, velados beneficiários da monta maior.
Exemplo Didático: No conto O Idiota e a Moeda, de Arnaldo Jabor (2007), ele nos traz um exemplo clássico, em que, numa cidade do interior, um grupo de amigos se divertia com o “idiota” da aldeia. Aparentemente, um pobre coitado, de pouca inteligência literária, que vivia de pequenos biscates e esmolas.
“Diariamente, eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande em tamanho, de 400 Réis, e outra de tamanho menor, de 2.000 Réis.
Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, em valor corrente, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior em tamanho valia menos em valor, de aceitação convencional-popular.
- Eu sei, respondeu o tolo. Ela vale cinco vezes menos, mas no dia em que eu escolher a outra, vocês vão parar de me dar moedas de graça, e aí a brincadeira acaba e eu não vou mais ganhar o meu trocado.”
Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena história anedótica:
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre o é!
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.
Mas a conclusão mais interessante é que — a percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não tenham uma boa opinião a nosso respeito. Portanto, o que importa a muitos jogadores não é necessariamente o que a comunidade pensa dele, mas sim qual, de fato, foi o seu resultado alcançado. Ou os benefícios que se auferiu, ao fim e ao cabo. Na perspectiva do umbigo, ou do rabo, em busca de alguma vantagem econômica que lhe pareça ser mais vantajosa.
É a chamada Teoria Mineira da “Nudeiz”. (Diz o folclórico caboclo mineiro: “Tudo que não é no meu, é nu deiz.”) O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente!
A moeda corrente em Ipiaú é que nos preocupemos menos com sua consciência e reputação, do que com as vantagens reais auferidas da viúva (a porca leiteira sem dono, de capacidade infinita de bonança, às custas do além). Pasmem, mais esta é sim a mais nova versão do baixo clero, a respeito da Teoria da Mais-Valia, sob o ponto de vista do jogador solitário, diante do coletivo insustentável.
Justificam os Beneficiários:
“Porque a sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam… é problema deles”, argumentam.
Em especial, depois da derrocada da cacauicultura, a controvérsia a respeito da nova Mais-Valia ipiauense, sua natureza, neutralidade ou não nas disputas socioeconômicas e sua importância no sistema como um todo (auferir renda passiva sem ter que trabalhar necessariamente), enseja intermináveis disputas em debates político-partidários, quiçá “acadêmicos”, que se desdobram em quase todas as áreas do pensamento econômico, social e político. Desses debates surgem importantes “Teorias e Escolas de Pensamento”, que implicam tanto o estudo acadêmico quanto a administração das finanças públicas em si, porém ainda carecem de aprofundamentos sobre as reais consequências e danos à sociedade, à segurança jurídica, à honestidade e à sustentabilidade como um todo, em especial ao desejado equilíbrio, de forma mais equânime, pacífica e próspera para todos. O tão propalado, quanto ilusório, desenvolvimento. Está mais para 10envolvimentos.
Econometria:
De onde realmente vem, então, o apoio à persona Mariana e seus asseclas?
- Dos 168 professores temporários contratados às pressas, sem licitação e/ou indicação, de baixa formação profissional e treinamentos, com altos salários e baixo resultado proporcional, frente aos exagerados dispêndios da rubrica “educação”;
- Dos demais professores estatutários que têm auferido vencimentos de até R$ 24 mil por mês, sem os devidos descontos do IRPF sobre toda a renda;
- Dos 8.700 beneficiários do Bolsa Família, que pensam que a prefeitura é a responsável pelos benefícios, já que foi ela quem desenrolou o seu cadastro;
- Dos cerca de 4.700 beneficiários do BPC/INSS, que pensam que a prefeitura é a responsável pelo seu benefício, já que foi ela quem desenrolou seu cadastro;
- Dos supostos 4.000 beneficiados da Cesta Básica, tipo trouxinha de 20 kg, com feijão com gorgulho, arroz agarradinho e café ultra torrado;
- Dos 1.439 “servidores” pendurados na folha de pagamento da viúva (na sede da prefeitura, se forem lá todos de uma vez, sequer cabem simultaneamente);
- Dos cerca de 400 “servidores” terceirizados, supostamente alocados à disposição da viúva, pendurados na folha de pagamento das terceirizadoras de “mão de obra” complementar, como se 1.439 “servidores” fosse mesmo insuficiente;
- Dos beneficiados da coleta do entulho jogado na rua, e solicitado ao secretário amigo que o recolha, às custas da viúva;
- Dos beneficiados do “Fura Fila” da creche, por força e indicação do seu vereador;
- Dos beneficiados do “Fura Fila” da Regulação da Saúde e exames, por força e indicação do seu vereador/secretário;
- Do apoio dos vereadores, seja da base alienada ou da tíbia “oposição”, pela utilidade de um vereador, em servir, servindo-se dos beneficiados-eleitores, sendo assim, apenas uma espécie útil ao furar a fila dos serviços públicos municipais essenciais;
- (…)
1 comentário
Nossa… não esperava uma análise tão precisa e didática, vinda de Ipiaú.
Parabéns Ipiaú TV.
Esse material deveria ser obrigatório nos cursos de gestão pública de todo o país, inclusive… E quem sabe vir a ser o tema da redação dos concursos da região.
O artigo mostra claramente como os falsos radialisras, blogueiros, “historiadores”, “jornalistas” e homens da dita “cultura”, cultuam na verdade, A ARTE DA GODELAGEM, EMBAIXO DA SAIA DA VIÚVA. Uma nova versão do Titanic.
Triste constatação.
Isso tem empobrecido Ipiaú de forma coletiva.
Os comentários estão fechados.