Um sacerdote da cidade de Santa Luzia, situada na região metropolitana de Belo Horizonte, foi sentenciado pela Justiça a 43 anos e 6 meses de reclusão devido a crimes de estupro e importunação sexual envolvendo diversas vítimas. O padre José Carlos Pereira é acusado de ter agido de forma abusiva, inclusive com uma jovem de 13 anos. A condenação exige que ele cumpra a pena em regime fechado, uma vez que se trata de um crime considerado hediondo; no entanto, ele terá a possibilidade de recorrer ao julgamento em liberdade.
Na terça-feira (15), o juiz Fabrício Simão da Cunha Araújo, responsável pela 3ª Vara Criminal e pela Infância e Juventude na Comarca de Santa Luzia, assinou a decisão, atendendo ao pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Após a divulgação das primeiras acusações em 2021, o padre José Carlos foi removido de suas atividades pela Cúria Metropolitana da cidade. Ele atuava na paróquia São Benedito desde 1990. De acordo com a acusação do Ministério Público, José Carlos aproveitava sua posição religiosa para oferecer presentes e dinheiro com o intuito de realizar os delitos. Uma das pessoas afetadas contou que iniciou os sofrimentos relacionados aos abusos aos 13 anos. Além de suas funções na Igreja, o acusado é dono de uma escola localizada em Santa Luzia. Em suas dependências, o padre supostamente teria cometido abusos contra várias funcionárias, que relataram esses episódios anos mais tarde. De acordo com a decisão, a penalização fundamentou-se na evidência do delito por meio de registros de ocorrências, denúncia formal e depoimentos de testemunhas. O representante legal de certas vítimas, Tiago Lenoir, declarou à Itatiaia que pretende apelar para solicitar um acréscimo na pena em razão da seriedade dos atos criminosos perpetrados pelo acusado.
A decisão judicial identificou a responsabilidade dele, mas é necessário revisar certos aspectos para considerar um aumento na pena, visto que se referem a crimes graves, como o estupro de vulnerável, o que demanda uma punição mais rigorosa, esclarece o advogado. Em entrevista à Itatiaia, o defensor, Welbert de Souza Duarte, declarou que não faz comentários sobre casos que estão sob sigilo judicial. A equipe de reportagem também contatou a Arquidiocese e está aguardando uma resposta.