
Neto de Antônio Carlos Magalhães, ACM (UB) é considerado um exímio orador, carrega a fama de hábil comunicador, que encanta os simpatizantes com discurso, e é justamente desse instrumento que ele utiliza para tentar reconquistar quem esteve do seu lado em 2022 e agora se reaproxima do Governo do Estado, o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP).
Em entrevista para emissora de rádio de Jequié, nesta terça-feira (17/06), o ex-prefeito de Salvador fez efusivos elogios ao prefeito da Cidade Sol, classificado por Neto como destaque na política baiana. ”Zé Cocá, sem dúvidas é um dos principais destaques dessa nova geração de políticos do estado da Bahia e, eu, em particular, fico muito feliz quando vejo que novos nomes começam a surgir”, disse o vice-presidente nacional do União Brasil, que criticou a possibilidade da formação da chapa puro-sangue do PT, com Jerônimo Rodrigues, Rui Costa e Jaques Wagner.
O elogio de ACM, talvez, não seduz Cocá, que segundo informações de bastidores esperava retribuição com maior atenção de Neto depois de romper com o PT e arregaçar as mangas para lhe apoiar em 2022, mas pode servir, no entanto, de alerta para o grupo do Governo, em especial o ministro Rui Costa, que parece ainda ter ressentimento com o prefeito de Jequié, pela ruptura do passado. Ao ouvidos de boa parte dos que militam nos bastidores da política, os comentários que chegam são de que Zé ainda não pode ser considerado um aliado do Governo, não pela posição de Jerônimo, que também já deu sinais de reaproximação, mas pela rusga de Rui, que não tem demonstrado interesse em recuperar a amizade com Cocá, figura que, além de exercer forte influência sobre prefeitos e lideranças do Médio Rio de Contas e do Vale do Jiquiriçá, tem a simpatia de eleitores de direita e da esquerda.
*Por Marcos Frahm / BMF