
Foto: Divulgação/ Paróquia de São Roque de Ipiaú
Os números divulgados pelo IBGE sobre a distribuição religiosa em Ipiaú revelam uma mudança silenciosa — e que pode estar mexendo com as bases tradicionais da cidade. Embora o catolicismo ainda lidere, com 48,75% da população se declarando católica, o avanço das igrejas evangélicas (28,53%) e o surpreendente número de pessoas que dizem não ter religião (15,79%) estão provocando debates acalorados em rodas de conversa, redes sociais e até nos púlpitos.
A fé que antes era quase unanimidade na cidade vem sendo desafiada por novas formas de crença — e também pela descrença. Enquanto padres tentam reconquistar fiéis com missas mais dinâmicas e ações sociais, pastores de diferentes denominações evangélicas seguem atraindo multidões com cultos animados, promessas de transformação e forte presença nas periferias.

Outro dado que não passa despercebido: quase 1 em cada 6 ipiauenses afirma não seguir religião nenhuma. Para muitos, isso é sinal de uma geração mais crítica e desconfiada das instituições religiosas. Para outros, é um “sintoma de afastamento de Deus”.
As religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé, aparecem com apenas 0,8%, número que pode estar relacionado ao preconceito e à intolerância religiosa, ainda presentes na sociedade local. Tradições indígenas, por sua vez, foram zeradas na estatística.
Será que Ipiaú está perdendo sua fé tradicional? Ou estaria apenas se reinventando espiritualmente? A verdade é que, por trás desses percentuais, existe uma cidade em transformação — e o debate está só começando. * Redação Ipiaú TV