
O que era pra ser uma operação de resgate virou cena de indignação e revolta na manhã deste sábado (31), no aeroporto de Ipiaú. Uma aeronave UTI aérea, que deveria realizar o transporte urgente de um paciente, acabou atolando no asfalto recém-feito, fruto de uma obra que, segundo informações dos vereadores, custou cerca de R$ 13 milhões aos cofres públicos. O episódio escancarou, mais uma vez, os problemas na execução de obras públicas no município.
Indignados, os vereadores San de Paulista (União Brasil) e Cristiano Santos (PP) foram até o local e denunciaram o descaso em entrevista ao Ipiaú TV.
“Presenciamos aqui um fato lamentável e vergonhoso. Uma UTI aérea atolou no asfalto, esse mesmo asfalto que custou R$ 13 milhões de dinheiro público. Isso é uma piada de mau gosto! Tem uma ambulância UTI parada com um paciente esperando pra decolar, e a gente se depara com esse asfalto de ‘sorrisal’. Estamos revoltados. É inadmissível. Cadê as autoridades? Quem vai se responsabilizar?”, disparou San de Paulista.
O vereador Cristiano Santos também não poupou críticas:
“Viemos aqui pra recepcionar nosso deputado e nos deparamos com essa vergonha. Uma UTI atolando no nosso aeroporto. Isso aqui é o retrato do que fazem com o dinheiro público. Cabe a nós, como representantes do povo, denunciar e cobrar. Enquanto isso, um paciente está na ambulância, aguardando, correndo risco de vida. Chamamos o Corpo de Bombeiros, que disse que não era competência deles. E aqui estamos, sem resposta, esperando uma solução”, criticou.
O episódio levantou sérias dúvidas sobre a qualidade da obra e a responsabilidade dos órgãos públicos. A população se pergunta: como uma obra recente, de alto custo, apresenta esse tipo de problema justamente em um momento de emergência?
➤ SEINFRA se manifesta
A Secretaria de Infraestrutura da Bahia (SEINFRA) informou, por meio de nota, que o problema não foi na pista de pouso, mas sim em uma área lateral, comprometida pelas fortes chuvas. A pasta diz que o local já estava sinalizado e que a responsabilidade pelo reparo é da empresa contratada. Segundo a SEINFRA, a pista principal segue em condições normais de operação.