
O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), uma das principais figuras da oposição ao governo da Bahia, negou que a Operação Overclean, a qual investiga de seus diversos aliados, interfira nos diálogos para que possa ser candidato a governador nas eleições de 2026. Neto afirmou que a preocupação com a operação da Polícia Federal ”é zero” e ressaltou que não está entre os investigados.
”Zero, preocupação minha é nenhuma, é zero. Eu não tenho absolutamente nada a ver com isso. Pelo contrário, minha vida é limpa e transparente. Eu fui prefeito de Salvador e é muito raro você deixar a prefeitura depois de 8 anos sem responder um processo. Sempre tive minhas contas todas aprovadas. Eu acho que meus adversários esperavam até que pudessem me trazer algum tipo de desgaste ou prejuízo, mas, mais uma vez, caíram do cavalo”, disse Neto em entrevista ao programa Boa Tarde Bahia, da Band, nesta segunda-feira (19).
A OPERAÇÃO E O UNIÃO BRASIL
A Operação Overclean investiga uma organização que direcionava recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais, utilizando superfaturamento de obras e desvios financeiros.
Estima-se que a organização tenha movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão por meio desses contratos fraudulentos e obras superfaturadas. Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.
Um dos braços do esquema desvendado pela Overclean inclui tráfico de influência envolvendo um dos presos, o empresário Marcos Moura, e figuras da administração de Salvador. De acordo com escutas ambientais e interceptações telefônicas, o empresário cita conversas com um ”amigo” para resolver questões relacionadas ao pagamento para a Larclean, uma das empresas investigadas.
O ex-prefeito de Salvador não é citado nominalmente, porém a investigação o identifica a partir de menções como ”zero um antigo”, numa referência ao fim do mandato de ACM Neto. Ele surge em um contexto em que o secretário municipal de Educação, Thiago Dantas, explica que os pagamentos em atraso deveriam ser regularizados apenas em novembro de 2024 – após pagar a primeira parcela ”na parceria”.
Em abril deste ano, o ex-secretário de Educação da gestão de Neto, Bruno Barral, foi um dos alvos da terceira fase da Operação Overclean. Em sua residência, a PF encontrou maços de dólares e euros, jóias e relógios em um cofre. O total apreendido ainda não foi informado.
*Com informações do site Bahia Notícias