
O retorno do horário de verão foi defendido em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na quarta-feira (14).
O diretor-geral do ONS, Marcio Rea, frisou que a adoção do horário de verão é uma decisão política do governo, que passa pelo MME (Ministério de Minas e Energia) e pela Presidência da República. Para o ONS, a medida é necessária do ponto de vista técnico. “Reforçamos que tecnicamente é importante o horário de verão.
Ele vai contribuir, até por conta dessa questão [das chuvas abaixo da média] do Sul. Mas agora depende de uma avaliação governamental”, disse em entrevista à Agência Infra. Rea informou que diante do período úmido com afluências abaixo da média, já estão sendo avaliadas medidas para assegurar o atendimento de potência no segundo semestre. Além da recomendação de volta do horário de verão, as medidas incluem despacho de térmicas e antecipação de suprimento de usinas contratadas no LRCAP (Leilão de Reserva de Capacidade) de 2021.
O diretor-geral ainda elencou medidas em curso para redução dos cortes obrigatórios de geração, o chamado curtailment, que podem aumentar o escoamento de energia do Nordeste em até 2 GW (gigawatts), e os desafios para o sistema com a demanda crescente de energia, em especial por projetos de data centers e hidrogênio verde.
Em 2024, a discussão da retomada do horário de verão já havia vindo à tona, dado a maior estiagem dos últimos 70 anos no país. O horário de verão está suspenso desde 2019.