
Mesmo sob fortes críticas da oposição e em meio à crescente preocupação com o endividamento do Estado, a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) aprovou nesta terça-feira (13) duas novas autorizações para que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) possa contratar empréstimos que totalizam R$ 4,5 bilhões. As propostas passaram com o apoio da base governista, enquanto os parlamentares da oposição votaram contra, alegando falta de transparência e irresponsabilidade fiscal.
Os Projetos de Lei n° 25.765/25 e 25.766/25 permitem ao Executivo baiano tomar R$ 3 bilhões de instituições financeiras nacionais, com garantia da União, para quitar precatórios atrasados — uma dívida acumulada que o governo não conseguiu pagar — e mais R$ 1,5 bilhão junto ao Banco do Brasil, supostamente destinado a investimentos em infraestrutura e mobilidade.
Com a nova aprovação, o governo de Jerônimo Rodrigues já acumula autorização para contrair R$ 18 bilhões em empréstimos desde o início do seu mandato. Um número que chama atenção e acende o alerta vermelho sobre o futuro financeiro da Bahia.
Durante a sessão, a oposição fez duras críticas ao que classificou como um “cheque em branco” dado ao governador. “Não estamos dando um imenso cheque em branco, é uma folha de ofício inteira para o governo usar como quiser”, disparou o deputado Alan Sanches (União Brasil), denunciando a falta de detalhamento na aplicação dos recursos.
A base governista, no entanto, tentou minimizar a polêmica. O líder do governo na ALBA, deputado Rosemberg Pinto (PT), afirmou que tudo está dentro da normalidade. “São empréstimos de R$ 600 milhões com especificação de investimento… R$ 3 bilhões é uma caução para os precatórios, que não é decisão do Executivo”, tentou justificar, ignorando o impacto crescente da dívida no orçamento estadual.
Enquanto isso, o contribuinte baiano observa, preocupado, o Estado mergulhar ainda mais em dívidas — sem garantias claras de retorno real à população. Afinal, onde e como exatamente esse dinheiro será aplicado? E quem vai pagar essa conta? * Redação Ipiaú TV