
Hoje, o Ipiaú TV conta uma história que transcende o tempo, o silêncio e a dor. Uma história que pulsa no coração de um homem em busca de algo que deveria ser simples: a verdade sobre suas origens.
Adilson Reis Arcanjo é ipiauense. Seu sangue carrega as raízes profundas de uma família tradicional da cidade. Neto de Alvarino Augusto Reis e Maria de França de Jesus, Adilson foi criado por sua mãe, Adil Augusto Reis, empregada doméstica, mulher de fibra e coragem. Ele cresceu ouvindo que seu pai havia falecido, até que, aos 16 anos, a verdade lhe foi revelada por uma tia: seu pai estava vivo.
Foi então que começou uma jornada marcada por portas fechadas, olhares desviados e o peso de não pertencer. “Tentei contato várias vezes, mas fui rejeitado em todas. Inclusive pelos meus irmãos”, relata. Apesar da dor, Adilson nunca desistiu. “É uma coisa simples que eu quero. Só um exame para esclarecer isso.”
Hoje morando em Salvador, ele luta pelo reconhecimento de paternidade de um homem da tradicional família Sampaio, conhecida não apenas em Ipiaú, mas em toda a região. O processo, que corre em segredo de justiça no Fórum de Ipiaú, já se arrasta por quase três décadas. Em maio deste ano, finalmente, uma audiência está marcada para coleta de material genético.
“Quero que todos da cidade de Ipiaú saibam da minha história. Se algum parente dos meus avós ou da minha mãe estiver lendo esta matéria e quiser me conhecer, estarei no Fórum de Ipiaú no dia 06/05. Minha mãe também estará presente”, diz Adilson com esperança no olhar.
A saúde da mãe, que já é debilitada, é um dos grandes motivos que impulsionam Adilson a continuar. “Ela merece essa alegria depois de tanto sofrimento. Eu não escolhi isso, ninguém escolhe. Só quero o direito de saber. Não quero nada de ninguém, só quero a verdade. É um direito meu.”
Cansado de esperar, Adilson até brinca com a possibilidade de recorrer a programas de televisão. “Não descarto pagar mico no Programa do Ratinho, se for preciso. Só quero resolver isso.”
O Ipiaú TV tentou contato com membros da família Sampaio, mas até o momento não obteve resposta. A justiça segue com o caso em segredo, protegendo os envolvidos, mas a dor e o clamor de Adilson agora são públicos — e ecoam como um apelo por dignidade.
Talvez a verdade demore, talvez venha envolta em silêncio, mas uma coisa é certa: Adilson não está sozinho. E sua história, feita de coragem, persistência e fé, merece ser ouvida. * Redação Ipiaú TV