
Fundado em 16 de janeiro de 2016, o Buji Mirim Esporte Clube não é apenas um time amador — é um símbolo de resistência, paixão e orgulho para o futebol ipiauense. Campeão Sub-23 em 2016, Campeão Regional e da Recopa em 2022, o Buji Mirim carrega em seu currículo conquistas importantes que o tornaram o clube amador mais tradicional de Ipiaú.
Atualmente disputando pela quarta vez a prestigiada Copa Intervale — considerada a segunda maior competição de futebol amador da Bahia —, o time comandado pelo técnico Mateus Rocha avança para a segunda fase da competição após um jogo eletrizante contra a equipe de Itagibá. Mas, fora das quatro linhas, o time enfrenta um adversário muito mais difícil: a falta de apoio público.
Em meio às dificuldades financeiras, os próprios jogadores têm recorrido à criatividade e ao esforço pessoal para manter o time vivo. Em cenas que retratam tanto a realidade quanto a esperança, atletas do clube foram vistos vendendo açaí na Baixada e na Praça Rui Barbosa, promovendo feijoadas e buscando patrocinadores locais para custear despesas como alimentação, transporte, pagamento de arbitragem e manutenção dos uniformes. A renda dos jogos em casa também ajuda, mas está longe de ser suficiente para sustentar a estrutura necessária em uma competição de alto nível.

Recentemente, um vídeo que circula nos grupos de WhatsApp escancarou ainda mais o descaso: durante uma partida em casa válida pela Copa Intervale, a presença da ambulância — obrigatória por protocolo — atrasou tanto que quase causou o cancelamento do jogo. Segundo informações, o ofício solicitando a ambulância foi entregue com bastante antecedência, mas a equipe médica chegou tardiamente. O árbitro precisou paralisar o jogo diversas vezes até que a situação fosse regularizada. A cena gerou indignação e levantou novamente o debate sobre o papel do poder público no incentivo ao esporte amador.
“O que está faltando é o mínimo de apoio. Já mostramos do que somos capazes. A cidade precisa olhar com mais carinho para o Buji Mirim, que representa Ipiaú com orgulho em toda a região”, disse um dos atletas, que pediu para não ser identificado.
Apesar dos obstáculos, o Buji Mirim segue firme, carregando não só a bola no pé, mas também a esperança de toda uma comunidade. A cada partida, o time prova que o talento nasce nos campos de barro e que, com o mínimo de incentivo, pode transformar vidas.
O futebol amador é, antes de tudo, um movimento social — e o Buji Mirim é a prova viva disso. Que os próximos capítulos dessa trajetória sejam de mais reconhecimento, respeito e, acima de tudo, apoio. * Redação Ipiaú