
A luta dos estudantes universitários de Ipiaú por um transporte acessível não é recente. Desde a gestão da ex-prefeita Maria das Graças, universitários têm reivindicado apoio financeiro da Prefeitura para custear o deslocamento até as universidades. Atualmente, a cidade conta com duas associações que oferecem transporte: uma delas, liderada por Walter, já buscou apoio público sem sucesso. A outra, a Associação Via Azul, recebe subsídio municipal, mas mesmo assim a mensalidade permanece alta em comparação com cidades vizinhas.
A Associação Via Azul cobra R$ 180,00 por mês dos estudantes, enquanto associações em municípios próximos, como Itagibá, chegam a cobrar apenas R$ 50,00, e até mesmo R$ 20,00, graças ao custeio integral por parte das prefeituras locais. Esse cenário se agravou com o aumento da demanda pelo transporte universitário. Muitos estudantes de Ipiaú, que antes faziam parte de associações em Itagibá, foram desligados devido à superlotação. Para conseguir vagas, alguns chegaram a transferir seus títulos eleitorais para Itagibá. Agora, com a exclusão desses estudantes das associações vizinhas, muitos estão sem transporte.
A falta de opção também afeta calouros e estudantes que já estão avançados nos cursos. A situação é crítica, especialmente com a proximidade das provas na FTC, marcadas para o início de abril. Sem transporte garantido, há riscos de desistência, trancamento de matrículas e prejuízo acadêmico.

Durante a campanha eleitoral, a prefeita Laryssa prometeu a implantação da “Rota Universitária” (relembre) , um programa que garantiria transporte gratuito e seguro para os estudantes. No entanto, até o momento, não houve avanços concretos na implementação do projeto.
Quando questionada, a Prefeitura informa que o processo licitatório está “em andamento”, mas sem previsão de conclusão ou início das operações. Enquanto aguardam respostas, os estudantes arcam com custos elevados ou enfrentam soluções alternativas. Alguns estão alugando moradias em Jequié para evitar os gastos diários com transporte, enquanto outros utilizam veículos próprios, desembolsando em média R$ 50,00 por dia em combustível e assumindo riscos nas rodovias.

Em fevereiro, a prefeita Laryssa usou suas redes sociais para afirmar que o processo para contratação do transporte universitário gratuito estava em andamento e que os estudantes seriam beneficiados em breve (Confira). Entretanto, até agora, nenhuma ação concreta foi tomada, e os universitários seguem sem o suporte prometido.
A reportagem do Ipiaú TV teve acesso a uma lista de 43 alunos que necessitam urgentemente do transporte, mas esse número pode ser ainda maior, evidenciando a gravidade do problema. O impasse continua e os estudantes cobram uma solução imediata por parte da gestão municipal. * Redação Ipiaú TV