
Apesar do bom desempenho da indústria mineradora de Itagibá, que tem na mineração uma de suas principais atividades econômicas, a média dos salários não tem acompanhado a evolução proporcional do faturamento do setor. Informações recentes da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e do Novo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) trazem um panorama detalhado das condições de emprego e dos salários do setor, mostrando recuos e desafios para os trabalhadores locais.
Panorama Geral do Emprego
Em 2023, a quantidade total de carteiras assinadas em Itagibá era de 3.700 trabalhadores, sendo 2.702 celetistas e 998 com vínculos estatutários. A remuneração média real foi de R$ 3.276,31, refletindo a relevância da mineração para a economia local e evidenciando disparidades salariais significativas entre diferentes categorias profissionais.

Disparidades Salariais e Categorias Profissionais
Os dados apontam que os supervisores de extração mineral são os mais bem pagos, com salários médios de R$ 9.874,16. Em contraste, os trabalhadores em cargos intermediários e da administração pública recebem, em média, R$ 3.758,08, enquanto os mineiros de serviços gerais na cidade ganhavam R$ 1.516,22. Essas diferenças salariais revelam a hierarquia e a especialização necessárias no setor, mas também destacam a desigualdade que pode afetar a qualidade de vida dos trabalhadores menos qualificados.
Os operadores de máquinas de extração de minerais sólidos recebem, em média, R$ 3.322,80, acima da média geral, sugerindo que a operação de maquinário pesado é uma das atividades mais valorizadas na cadeia produtiva da mineração.

Faixas Etárias e Grau de Instrução
A maioria dos trabalhadores está na faixa etária produtiva, sendo predominantemente adultos jovens e de meia-idade. Quanto ao grau de instrução, embora os dados não especifiquem o nível de escolaridade, é possível inferir que cargos técnicos e de supervisão exigem maior qualificação, refletindo-se nos salários mais altos dessas posições.
Dinâmica do Mercado de Trabalho
Segundo o Novo CAGED, em 2024, houve um saldo positivo de 20 empregos no setor industrial, que inclui a mineração, com 22 admissões e apenas 2 desligamentos. Isso indica uma certa estabilidade no mercado de trabalho local, com tendência de crescimento, especialmente em cargos operacionais e técnicos.

Desafios e Perspectivas
Apesar dos avanços, os dados também revelam desafios. A remuneração média, embora acima da média nacional em alguns casos, ainda está longe de ser ideal para garantir uma qualidade de vida digna a todos os trabalhadores, especialmente considerando os riscos inerentes à atividade minerária. Além disso, a falta de diversidade no setor e a concentração de salários mais altos em cargos de supervisão e operação de máquinas indicam a necessidade de políticas que promovam a capacitação e a inclusão de grupos subrepresentados. * Redação Ipiaú TV