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Somente o cachê de um artista do São Pedro 2024, que “cantou” por menos de duas horas, já seria suficiente para construir quatro pontes similares. Essa afirmação, por si só, escancara a discrepância entre as prioridades da gestão municipal e as reais necessidades da população na busca pelo efetivo desenvolvimento socioeconômico.
A redação do Ipiaú TV, em mais uma investigação meticulosa, confronta a narrativa oficial — paga e contratada sem licitação — com a realidade dos fatos, expondo a contradição entre o discurso midiático da administração municipal e o verdadeiro descaso com o dinheiro público. Esse desperdício tem sido a principal marca da condução administrativa do grupo político forasteiro que domina Ipiaú.
É triste, doloroso e vergonhoso ver os ipiauenses beneficiários e a Câmara permanecerem calados diante do papel histórico que a mídia local, a serviço da gestão, tem desempenhado. Um verdadeiro conluio que perpetua o subdesenvolvimento da cidade.
A comparação entre os valores investidos e o caso real da pequena cidade de Platina-SP, no interior de São Paulo, revela uma disparidade gritante. Com um orçamento e uma população significativamente menores que os de Ipiaú, Platina conseguiu construir uma ponte sobre o Córrego do Bebedouro por apenas R$ 222 mil. Esse exemplo demonstra que a falta de recursos não pode ser a única justificativa para a postergação da construção da nova ponte do Bairro da Conceição, em Ipiaú.
A análise comparativa evidencia que, enquanto a gestão de Platina prioriza eficiência e transparência, a administração de Ipiaú parece especializada em procrastinar e inflacionar projetos. Diante disso, a pergunta que se impõe é: o que explica essa disparidade?
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Seriam as licitações em Ipiaú menos transparentes e mais suscetíveis a irregularidades? Haveria uma superestimação dos custos das obras, inflando os valores finais? Ou a gestão municipal estaria priorizando investimentos gigantescos e insustentáveis em festas populares, em detrimento da infraestrutura básica?
A falta de respostas para essas perguntas alimenta a desconfiança da população em relação ao grupo político forasteiro, capitaneado pela filha da ex-prefeita. A população continua se sentindo lesada pela inércia e pelo descaso da administração diante dessa demanda. A ponte da Conceição, que deveria ser um símbolo de desenvolvimento, conexão e progresso, transformou-se em um monumento à incompetência e ao abandono, sem resolver os problemas de infraestrutura do centro comercial.
Agravando a situação, a ponte da Conceição é peça fundamental para a reestruturação do trânsito na região central, desviando a passagem obrigatória de veículos pela Rua 2 de Julho, que pretende ser transformada em um shopping a céu aberto. Esse descaso não apenas prejudica interesses estratégicos do comércio local e o bem-estar da população, como também levanta sérias dúvidas sobre a lisura da gestão municipal.
Além disso, o grupo político que assumiu a administração municipal há oito anos adota como método o velho “pão e circo”. A folha de pagamento da prefeitura, inflada por apadrinhamentos e cargos comissionados, caminha para atingir a marca de R$ 100 milhões em 2025, drenando recursos que deveriam ser investidos em áreas prioritárias, como infraestrutura.
Em 2024, a prefeitura gastou mais de R$ 8 milhões em festas populares. Somente com cachês de artistas no São Pedro, o montante ultrapassou R$ 5.085.000,00, segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), sem contar os gastos com os eventos do Dia do Evangélico e do Dia do Reggae.
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Enquanto isso, as festas populares, promovidas com pompa e circunstância, servem como uma cortina de fumaça para maquiar a ineficiência da gestão. A população, tal qual gado hipnotizado por um boi de piranha, é mantida em estado de letargia, enquanto os recursos públicos são desviados para fins obscuros.
Diante desse cenário escandaloso e lamentável, a sociedade civil de Ipiaú precisa assumir um papel mais ativo, cobrando explicações da gestão municipal e exigindo soluções concretas para os problemas da cidade. A ponte da Conceição não pode ser apenas mais um capítulo de uma crônica de desmandos, mas sim um catalisador de mudanças e de um futuro mais promissor para Ipiaú, considerando sua vocação geoeconômica microrregional e comercial.
A sociedade organizada de Ipiaú promete combater os exageros da gestão municipal nas versões de 2025 dessas suspeitas festas-fantasia. Entidades como o Grupo Ambiental Papamel, a Câmara Municipal, o site Ipiaú TV e outras organizações se comprometem a exercer um papel fiscalizador, com críticas fundamentadas e um olhar atento sobre os gastos com esse tipo de evento no próximo ano.
O vereador Robson Moreira (União Brasil) declara guerra ao desperdício do dinheiro público e coloca sob suspeita o grupo político forasteiro que, com o apoio velado da mídia de aluguel, vem tratando a população como massa de manobra.
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Platina é uma pequena cidade situada no interior de São Paulo, tem um território de 327 km², praticamente do tamanho de Ipiaú, comuma população de apenas 3.578 (IBGE 2020) 12 vezes menor que a de Ipiaú.
Caso notório, em que a prefeiturapublicou tudo diretamente pela própria Secretaria de Comunicação local, sem gastar um centavo com publicidade terceirizada parceira, quando oportunamente justificou o investimento: – “A nova ponte será mais larga proporcionando assim um melhor tráfego, inclusive de máquinas agrícolas pesadas. A obra foi orçada em R$ 222.273,13”. E encerrouo caso de forma simples e direta, com o slogan: – “Prefeitura Municipal de Platina, um Governo Firme e Transparente”.
O município de Platina-SP, tem receitas municipais orçamentárias anuais, de cerca de 5 vezes maior que a de Ipiaú, a população é formada de gente simples, descendentes de europeus, sua economia é predominante agrícola e o IDH é 0,72, enquanto o IDH de Ipiaú é de 0,67.
Em tempo, caberia aqui deixar uma pergunta ao leitor: – O problema do subdesenvolvimento de Ipiaú, estaria no Software, ou no Hardware, propriamente? Seria falta de dinheiro, ou proposito da gestão e vergonha na cara?
Para os leitores mais profícuos, e demais interessados no aprofundamento investigativo com provas documentais, do caso em tela; abaixo o link de onde se pode baixar toda a documentação do referido certame e processo licitatório, em epígrafe.
Enquanto isso, assistimos de queixo caído, licitações de aquisição de placas de trânsito de quase R$ 1 milhão de reais. Valor este, que daria para executar 3,6 pontes iguais a de Platina-SP.
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Para os mais interessados, sugerimos assistirem aos vídeos abaixo, (disponíveis no YouTube) como reflexão complementar a leitura.