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Os dados de registros civis da cidade de Ipiaú-BA, nos últimos 17 anos, revelam tendências preocupantes, antagônicas e suscitam reflexões críticas sobre a evolução demográfica e social da cidade. A análise abrange registros de enterros, nascimentos e eventos relacionados à longevidade da população, fornecendo um panorama detalhado da dinâmica populacional. Paralelamente, a evolução dos gastos municipais em Saúde e Educação também oferece insights valiosos sobre a falta de análise e inteligência nas prioridades e desafios enfrentados pela administração municipal.
Variação nos Óbitos
Os registros de óbitos variaram significativamente ao longo dos anos. Em 2006, houve 324 óbitos, número que oscilou até atingir um pico de 417 em 2021. A análise também revela um total de 5.894 óbitos ao longo dos últimos 17 anos. A quantidade de óbitos de pessoas com mais de 80 anos também apresenta variações, com um total de 1.799 registros. Essa alta taxa de mortalidade entre os idosos pode refletir questões de acesso à saúde pública e à qualidade de vida na cidade.
Nascimentos e Saldo Populacional
Os nascimentos, por outro lado, apresentam um padrão diferente. Em 2006, houve 158 nascimentos, crescendo até 267 em 2014, mas diminuindo significativamente para 162 em 2022. O total de nascimentos nos últimos 17 anos foi de 3.510. O saldo populacional, que é a diferença entre nascimentos e óbitos, é negativo em todos os anos, com um total de -2.384. Esse dado é alarmante, pois indica que a cidade está perdendo mais pessoas do que ganhando ao longo do tempo.
Tendências e Impactos
A análise dos dados sugere várias tendências e impactos contraditórios. O aumento constante nos óbitos e a diminuição nos nascimentos indicam uma população envelhecida e uma possível redução na taxa de natalidade. Esses fatores podem ser atribuídos a diversas causas, incluindo migração, condições econômicas e mudanças nas taxas de fertilidade.
Evolução dos Gastos Municipais e a Flagrante Falta de Inteligência Administrativa e Sensibilidade Para com a Saúde dos Idosos
Mesmo com a prefeitura nadando em dinheiro nos últimos anos — onde, apenas nos governos de Maria, passaram pelos cofres municipais cerca de R$ 1,2 bilhão (atualizados pelo IPCA) —, a análise dos gastos da prefeitura de Ipiaú em Saúde e Educação entre 2010 e 2022 revela um aumento significativo nos investimentos nessas áreas. O que aparentemente seria uma boa notícia, porém, os recursos foram aplicados de forma desproporcional e inexplicavelmente favorável à Educação. Como resultado, os óbitos aumentaram consideravelmente, enquanto a Saúde perdeu recursos proporcionalmente para a Educação.
Em 2010, os gastos com Saúde eram de R$ 8.374.123,81, enquanto em 2022 atingiram R$ 21.319.873,23, representando um aumento de 193%. Da mesma forma, os gastos com Educação passaram de R$ 16.132.251,14 em 2010 para R$ 47.687.718,80 em 2022, um aumento de 224%.
Embora os gastos com Saúde sejam altos, a falta de médicos nos postos de saúde tem sido uma queixa constante da população.
Em 2025, a nova prefeita Laryssa, ex-secretária da Saúde da gestão Maria, seguindo a receita da professora, pretende gastar R$ 90 milhões na Educação e apenas R$ 42 milhões na Saúde. A ex-prefeita Maria, que tem apenas a 4ª série do ensino fundamental e já está se aproximando dos 70 anos de idade, precisa prestar mais atenção na proporcionalidade dos gastos entre as áreas e demandas municipais.
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Comparação com os Registros Civis
Os dados de registros civis mostram uma população em declínio, enquanto os investimentos em Saúde e Educação aumentaram significativamente. Essa discrepância é especialmente notável na área da Educação, onde os gastos cresceram 224%, apesar da redução no número de nascimentos e do aumento nos óbitos. Isso sugere que, embora os recursos destinados à Educação tenham crescido substancialmente, o impacto demográfico pode estar comprometendo a eficácia desses investimentos. A alta taxa de mortalidade entre os idosos e o declínio na taxa de natalidade podem indicar que os recursos estão sendo aplicados de forma inadequada e desproporcional às necessidades atuais da população.
Projeção Futurística
Se a tendência atual de saldo populacional negativo persistir, é preocupante imaginar o futuro de Ipiaú. Com uma perda populacional média anual de aproximadamente 140 pessoas (com base nos dados fornecidos), podemos projetar que, se nenhuma medida for tomada para reverter essa tendência, a cidade poderá enfrentar um cenário de despovoamento em algumas décadas.
Com uma população atual que já caiu para 42.507 habitantes — a qual, segundo o TCU, já foi superior a 50 mil em 1989 —, Ipiaú corre o risco de sofrer uma redução drástica ao longo dos anos, caso o saldo populacional negativo se mantenha. No entanto, é crucial considerar que essa projeção não leva em conta possíveis intervenções, mudanças sociais ou políticas que possam alterar significativamente essa trajetória.
Quantidade de Matrículas no Ensino Fundamental (rede municipal)
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Críticas e Reflexões
A administração local precisa investigar as causas dessa dinâmica populacional negativa. A alta taxa de mortalidade entre os idosos sugere a necessidade de melhorias na saúde pública e na qualidade de vida, especialmente para os mais velhos. Além disso, estratégias para incentivar a natalidade e reter a população jovem devem ser desenvolvidas para reverter essa tendência preocupante.
O aumento significativo nos gastos com Saúde e Educação é positivo, mas é essencial garantir que esses investimentos se traduzam em melhorias tangíveis na vida dos cidadãos. O pior é saber que esse derrame de dinheiro público na folha de pagamento dos professores — predominantemente terceirizados, contratados sem concurso público — não tem resultado em um bom desempenho no IDEB. Lamentavelmente.
Os dados de registros civis de Ipiaú-BA nos últimos 17 anos, juntamente com a evolução dos gastos municipais, fornecem insights valiosos sobre as mudanças demográficas e os desafios enfrentados pela cidade. É crucial que as autoridades locais utilizem essas informações para implementar políticas eficazes que promovam o crescimento e o bem-estar da população, garantindo um futuro mais equilibrado e próspero para Ipiaú.