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No coração da Bahia, Itagibá vem se destacando por sua evolução econômica e social. Com uma população estimada em 15.792 habitantes em 2024, o município tem mostrado sinais de crescimento e desenvolvimento sustentável, impulsionado principalmente pela economia e pelos índices educacionais. À frente da gestão municipal, o prefeito Marcos Valério Barreto busca equilibrar os investimentos entre diferentes setores, com foco na infraestrutura, saúde e educação.
População e Qualidade de Vida
Com uma densidade demográfica de 18,88 habitantes por km², Itagibá ocupa posições medianas entre os municípios baianos e nacionais. Apesar disso, a cidade apresenta uma estrutura de trabalho relativamente favorável, com um salário médio mensal de 2,8 salários mínimos para trabalhadores formais e um PIB per capita de R$ 76.971,85 — 6,22 vezes maior que o de Ipiaú, sendo um dos mais altos do estado.
No entanto, há desafios a serem enfrentados. Em 2010, mais da metade da população (50,3%) vivia com uma renda per capita inferior a meio salário mínimo.
Educação em Ascensão
O setor educacional de Itagibá tem apresentado avanços significativos. A taxa de escolarização de crianças entre 6 e 14 anos era de 95,4% em 2010, e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2023 alcançou 5,1 para os anos iniciais e 4,7 para os anos finais do ensino fundamental. Esses números colocam a cidade em posição de destaque dentro do estado.
Atualmente, Itagibá conta com 17 escolas de ensino fundamental e apenas uma unidade de ensino médio, o que aponta para a necessidade de maior investimento na educação de nível secundário.
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Economia e Mineração (sem dividir royalties compensatórios com Ipiaú)
Itagibá se destaca na economia baiana, com um PIB per capita que o coloca entre os 12 municípios mais prósperos do estado. Além da agricultura, a mineração desempenha um papel essencial na arrecadação municipal.
A exploração de minério de níquel — que, em valores atualizados pelo IPCA, já beira os R$ 10 bilhões em receitas brutas — gera uma receita significativa para Itagibá por meio da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Em 2023, o município arrecadou um total de R$ 21.612.033,96 apenas com essa atividade, com meses de pico como maio, quando os repasses chegaram a R$ 2.774.846,53, e março, com R$ 2.267.000,41. Esses valores representam uma parcela essencial da receita municipal e reforçam a importância da mineração para o desenvolvimento econômico local.
Vale lembrar que o PIB de uma cidade não significa, necessariamente, dinheiro no bolso dos moradores, especialmente daqueles que não fazem parte da classe política.
Receitas e Despesas Municipais em 2024
Segundo o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do 6º bimestre de 2024, a previsão de receitas para o município foi de R$ 140,4 milhões, sendo que R$ 135,6 milhões foram efetivamente arrecadados, representando 96,6% da meta prevista.
Os principais componentes da receita foram:
- Receitas correntes: R$ 135,3 milhões
- Impostos, taxas e contribuições: R$ 31,3 milhões
- Transferências correntes (União e Estado): R$ 103 milhões
Por outro lado, as despesas municipais totalizaram R$ 141,4 milhões, superando ligeiramente a arrecadação. Os principais gastos foram:
- Despesas com pessoal e encargos sociais: R$ 53,7 milhões
- Saúde: R$ 24,8 milhões
- Educação: R$ 48,9 milhões
- Urbanismo e infraestrutura: R$ 21,8 milhões
Apesar do equilíbrio nas contas, a cidade apresentou um pequeno déficit orçamentário, o que pode exigir ajustes para os próximos exercícios financeiros.
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Força no Setor Agrícola (com um território 3,5 vezes maior que o de Ipiaú)
Apesar do peso da mineração, a agricultura também segue como uma atividade relevante em Itagibá. O município mantém uma produção expressiva de cacau, banana e maracujá, produtos que movimentam a economia local e geram empregos na região.
Saúde e Bem-Estar
A taxa de mortalidade infantil em Itagibá é de 11,36 para cada 1.000 nascidos vivos, um indicador que se mantém dentro da média estadual. No entanto, a cidade precisa avançar na infraestrutura de saúde, especialmente no combate a doenças de veiculação hídrica, como a diarreia, cujas estatísticas não foram disponibilizadas.
Desafios e Perspectivas
Embora apresente crescimento econômico impulsionado por investimentos externos, além de avanços na educação, Itagibá ainda enfrenta desafios, como a necessidade de diversificação do mercado de trabalho e a redução da desigualdade social.
O alto percentual de receitas externas — 72,31% em 2023 — evidencia uma forte dependência de recursos de fora, o que pode representar um risco para a sustentabilidade econômica da cidade a longo prazo.
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Contexto Histórico
A atual cidade de Itagibá foi inicialmente habitada por indígenas. Posteriormente, transformou-se em uma fazenda com vários moradores, sendo o primeiro desbravador Martins Ribeiro. Em 1927, o número de habitantes aumentou, e novas casas humildes foram construídas. Naquela época, o local recebeu o nome de Distampina (seu primeiro nome) por ser um lugar aberto e desprotegido.
Em 1930, após a Revolução, ocorreu um litígio entre Boa Nova e Itacaré (como era chamado o município de Barra do Rio das Contas), e Distampina passou a fazer parte de Itacaré. Naquele período, o cangaço teve livre curso, e Distampina foi palco de cenas deprimentes praticadas por bandoleiros sob a tutela dos coronéis. Felizmente, essa situação durou pouco, pois logo depois houve um novo litígio entre Itacaré e Itapira (hoje Ubaitaba), transferindo Distampina para o domínio de Itapira.
Graças aos esforços de alguns habitantes, Distampina passou para o domínio de Boa Nova em 25 de novembro de 1935, transformando-se no Distrito de Paz de Distampina.
A população continuou crescendo e, mais tarde, o distrito teve a alegria de receber um médico e uma professora formados: Dr. Noé Bonfim e sua esposa, Dona Noêmia Bonfim, que viveram lá por muito tempo, proporcionando saúde e educação à comunidade. Assim permaneceu o Distrito de Distampina por doze anos. Em 25 de maio de 1947, o prefeito interventor de Boa Nova mudou o nome de Distampina para Itagibá, que, na língua tupi, significa “pedra forte” ou “pedra dura”.
Emancipação Política
Em 14 de agosto de 1958, há 67 anos, por força da Lei Estadual nº 1.020, Itagibá foi elevada à categoria de município. O município é formado por dois distritos: Itagibá (sede) e Japumirim, contando ainda com dois povoados: Acaraci e Tapiragi.
Itagibá demonstra potencial para se consolidar como um polo de desenvolvimento regional, combinando sua força agrícola e mineral com novas oportunidades de crescimento econômico e social.
Parabéns, Itagibá! Porém, muito cuidado com a proximidade com as Mendonças e Costas, que, juntos, podem levá-la de volta ao patamar de Distampina, como tem sido o caso da pobre e vizinha Ipiaú.