Debate Acirrado Sobre a Proposta de Laryssa, Orlando e Itaibó Sobre a Implantação e Concessão da Zona Azul no Centro Velho de Ipiaú
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A Prefeitura Municipal de Ipiaú pretende implantar a Zona Azul no Centro Velho da cidade, fazendo a concessão à iniciativa privada, o que, consequentemente, resultará na emissão de multas, enquanto a sociedade clama por mais vagas de estacionamento. Em contraposição, há a necessidade de um conjunto de iniciativas concretas e proativas para a criação de mais vagas de estacionamento e melhoria da infraestrutura de trânsito, por meio de planejamento e inteligência operacional.
“Eles tão querendo é lucrar em cima da desgraça alheia, de forma fácil, com parceiros de fora”, declarou um mototaxista do Cinquentenário, que vem sugerindo há tempos a implantação de um ponto de mototáxi nas imediações da Rua 2 de Julho.
O conflito é uma consequência do aumento da frota automotiva da cidade, que bateu o recorde de 18.333 unidades em dezembro de 2024. A prefeitura tem recebido, proveniente da cota-parte do IPVA, cerca de R$ 3,5 milhões por ano, além de outros recursos orçamentários vinculados, que exigem obrigatoriamente a aplicação na melhoria da infraestrutura e da mobilidade urbana, conforme aponta o 5º Relatório de Execução Orçamentária do Município em 2024. O valor da frota ipiauense está estimado em cerca de R$ 84 milhões. Esses números destacam o aumento de veículos, mas a infraestrutura local não acompanhou esse crescimento, levando a propostas fáceis e polêmicas para reorganizar o trânsito.
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Se a proposta vingar… quando começarem a chegar as multas de trânsito e os motoristas receberem pontos na carteira, tendo suas habilitações suspensas… Laryssa, Orlando e Carlos Itaibó podem arrumar um lugar para se esconder, pois a grita social será grande. Com apenas 44% de aprovação (dados com base na votação versus quantidade de leitores), Laryssa vai passar aperto. Como diria Chico do Jornal – O bicho vai pegaaar, pai!
Para uma cidade onde 2/3 dos empregos formais dependem do comércio e dos serviços situados predominantemente naquela região – e cuja economia nunca foi tão apoiada na cacauicultura como contam os livros de história estatal – bem no coração da cidade de 42,5 mil habitantes, surge um dilema e um conflito urbano. Esse cenário tem gerado discussões acaloradas sobre as pretensões da administração municipal e a flagrante falta de vagas para estacionamento no Centro Velho da cidade, resultando em congestionamentos e conflitos diários.
A proposta da prefeitura prevê multas aos infratores e Zona Azul privada (forasteira)
A administração municipal, sob a liderança da prefeita Laryssa, por meio de seu diretor de trânsito, Carlos Itaibó, anunciou medidas para restringir o estacionamento prolongado no centro histórico. O plano inclui:
- Proibição da permanência prolongada de veículos na região;
- Concessão à iniciativa privada (forasteira) para gerir financeiramente a Zona Azul, com cobrança por tempo de estacionamento;
- Aplicação de multas e inclusão de pontos na carteira aos motoristas que descumprirem as regras;
- Ausência de qualquer outra iniciativa para reduzir os polos geradores de trânsito e a quantidade de veículos “obrigados” a passar e/ou estacionar no centro.
A justificativa para essas medidas é desestimular o uso excessivo de espaços públicos por veículos, garantindo um melhor compartilhamento do tempo de permanência durante o dia. No entanto, a proposta gerou reações negativas. Críticos acusam a gestão de priorizar a arrecadação de recursos em vez de investir em soluções estruturais, inteligentes e providenciais.
“É mais fácil multar do que planejar”, afirma um comerciante local, que teme o impacto econômico das restrições, já que seu faturamento deste ano não está bem das pernas.
A sociedade apresenta alternativas de melhorias na infraestrutura antes da punição e da fúria arrecadatória
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Enquanto a prefeitura opta por medidas punitivas e arrecadatórias, grupos organizados da sociedade civil (comerciantes, arquitetos, radialistas, urbanistas, engenheiros, economistas…) vêm sugerindo um plano detalhado com diversas propostas alternativas para equacionar o caos no trânsito. Entre as principais ideias estão:
- Diminuir a quantidade de polos geradores de trânsito e atratores de veículos para o centro. Um exemplo seria a realocação do SAC para o prédio da rodoviária, a fim de reduzir a concentração de serviços na região central.
- Reduzir a quantidade de veículos que passam pela Rua 2 de Julho (a qual deveria se transformar em um “shopping” a céu aberto), invertendo o fluxo na Rua Serqueira Campos. Isso melhoraria a integração da Rua Alfredo Brito com a BR-330 sem a necessidade de passagem obrigatória pela 2 de Julho, desafogando, consequentemente, o tráfego na Floriano Peixoto, via preferencialmente ocupada por clínicas e laboratórios.
- Duplicação da nova ponte do Bairro da Conceição, facilitando o acesso a áreas de contorno periféricas às ruas centrais de maior concentração comercial.
- Construção de um grande estacionamento aterrado, contido por um cais, em frente ao Parque Álvaro Jardim, entre a BR-330 e o Água Branca, com capacidade para desafogar o centro e servir como suporte ao próprio parque em eventos.
- Implantação de transporte público gratuito destinado ao centro.
- Exigir que bancos e grandes casas comerciais cumpram as leis vigentes de zoneamento e código de obras, oferecendo vagas de estacionamento para seus clientes, conforme a legislação, mesmo que em espaços alugados remotamente.
- Aumentar o IPTU progressivo no tempo para imóveis abandonados e terrenos sem uso, como é o caso do prédio da Santa Paula, que possui estacionamento no subsolo. Isso serviria como um desincentivo ao mau aproveitamento dos imóveis e terrenos inutilizados no centro.
- Definir locais exclusivos para o estacionamento de motos e a instalação de pontos de mototáxi nas imediações da Rua 2 de Julho.
- Negociar e/ou incentivar clínicas e laboratórios localizados no centro a migrarem para outras regiões da cidade com mais espaço, favorecendo sua expansão e modernização.
- As sugestões também incluem a reabertura de vias de pedestres bloqueadas e a readequação de ruas de passagem para interligação de transeuntes aos estacionamentos, como a Rua Waldemiro Santos e a Rua Ataíde Ribeiro.
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Precisamos de investimentos e da aplicação correta dos recursos públicos já disponíveis em prol do real desenvolvimento, e não de multas!”, defende um mototaxista, membro da associação de moradores do Bairro Novo.
O Centro Velho: Entre a História e o Caos
O centro histórico de Ipiaú caracteriza-se por construções quase centenárias e pela movimentada Praça Rui Barbosa, ambos vitais para o comércio e os serviços. No entanto, o excesso de carros ameaça sua funcionalidade. Comerciantes relatam que clientes evitam a região devido à dificuldade de estacionar, enquanto moradores denunciam o aumento do trânsito de passagem obrigatória. * Redação Ipiaú TV