No dia 1º de janeiro, a eleição para a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Ipiaú foi marcada por intensas articulações políticas e polêmicas. Em uma sessão tumultuada, a vereadora Andreia Novaes (PP) foi declarada eleita presidente da Câmara Municipal de Ipiaú para o biênio 2025-2026, com seis votos, incluindo os dos vereadores Cláudio Nascimento, Naciel Ramos, Danilo, Picolé e Mônica Souza. Andreia assumiu a liderança do legislativo em meio a protestos e controvérsias.
A sessão foi presidida interinamente pelo vereador Cláudio Nascimento, que solicitou a apresentação física dos diplomas de eleitos dos vereadores presentes. O pedido gerou indignação no grupo dos sete legisladores liderado por Edson Marques (Avante), também candidato à presidência. Segundo os parlamentares desse bloco, a exigência nunca havia sido feita em uma sessão de posse anterior, o que foi interpretado como uma manobra política. O impasse provocou um grande tumulto, culminando na necessidade de intervenção da Polícia Militar para controlar os ânimos e garantir a continuidade da sessão.
No dia 2 de janeiro, a Justiça Estadual da Bahia determinou, em caráter liminar, a suspensão da eleição da Mesa Diretora realizada no dia anterior. A decisão, proferida pela juíza Leandra Leal Lopes, também exigiu a convocação de uma nova sessão em até 24 horas para empossar vereadores e reeleger a Mesa, sob pena de multa de R$ 30 mil por descumprimento. Os impetrantes, sete vereadores diplomados que não participaram da votação, alegaram que a ausência de quórum mínimo desrespeitou o regimento interno da Câmara e a Lei Orgânica do Município. A juíza destacou que, embora a posse dos vereadores dependa da apresentação do diploma eleitoral, a eleição da Mesa deveria ter sido adiada, conforme previsto no regimento.
Em recente manifestação protocolada nos autos de um novo recurso apresentado pelo Município de Ipiaú, o Ministério Público da Bahia, por meio do Procurador de Justiça Dr. Achiles de Jesus Siquara Filho, reconheceu as irregularidades ocorridas na eleição da Mesa Diretora. O parecer reforçou a decisão judicial e enfatizou que o processo infringiu normas regimentais e a Lei Orgânica do Município, evidenciando a necessidade de readequação dos procedimentos legislativos no município.
Enquanto isso, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) interveio parcialmente, validando a posse da prefeita eleita Laryssa Dias e do vice-prefeito Orlando Santos, suspendendo a necessidade de repetição da cerimônia de posse e nova eleição da Mesa Diretora até decisão de mérito. Além disso, a desembargadora do TJ-BA ampliou o prazo para realização da sessão de posse dos vereadores eleitos para 15 dias, justificando a necessidade de evitar prejuízos ao município.
Diante desses desdobramentos, a situação política de Ipiaú permanece incerta. A nova eleição da Mesa Diretora deve ocorrer dentro do prazo estipulado, e a população segue acompanhando atentamente os próximos passos do legislativo local. * Redação Ipiaú TV