O encerramento do mandato de Maria das Graças César Mendonça à frente da Prefeitura de Ipiaú se dá com a sanção da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, um dos últimos atos de sua gestão, realizado em 30 de dezembro de 2024. A LOA prevê uma receita total de R$ 208.099.600,00, dividida entre receitas correntes e de capital, sendo que a maior parte dos recursos está voltada para áreas como Educação, Saúde e Assistência Social.
Transparência ou Estratégia Eleitoral?
Embora a prefeita tenha destacado a transparência e a responsabilidade fiscal na elaboração do orçamento, a escolha de um evento comemorativo no último mês de seu mandato para divulgar as conquistas de sua administração levanta questionamentos. Em um evento realizado na Praça Ruy Barbosa, Maria das Graças entregou 500 títulos de propriedade fundiária por meio do programa MEU LAR REGISTRADO / REURB. Para muitos, essa ação, embora relevante, parece ter sido mais uma tentativa de deixar uma impressão positiva à véspera de sua saída do cargo, do que um reflexo de uma gestão consistente e transformadora.
A entrega dos títulos de propriedade fundiária, um avanço para a regularização de famílias, foi celebrada, mas o momento escolhido — às portas da transição de governo — suscita a dúvida sobre seu caráter eleitoreiro. Afinal, por mais significativo que seja o benefício, ele não apaga a realidade de uma gestão que, para muitos, não conseguiu resolver problemas estruturais urgentes enfrentados pela população de Ipiaú.
Prestação de Contas: Uma Realidade Distante?
No evento, Maria das Graças fez questão de destacar os avanços em saúde, educação e infraestrutura. Contudo, para muitos ipiauenses, a realidade vivida nas unidades de saúde, nas escolas e nas ruas da cidade diz respeito a um cenário completamente distinto. A infraestrutura deficiente de hospitais, a precariedade das escolas e as obras inacabadas ainda marcam a experiência de milhares de cidadãos que, diariamente, convivem com a falta de serviços básicos e essenciais.
Apesar das boas intenções e das palavras ditas em um palco, a gestão de Maria das Graças deixa um legado de promessas não cumpridas em várias áreas essenciais para a melhoria da qualidade de vida da população. O compromisso com a educação, saúde e assistência social pode ser questionado pela falta de resultados concretos e pelo descaso com a manutenção e expansão dos serviços, vitais para o bem-estar da comunidade.
Um Legado Fragmentado
O programa de regularização fundiária foi uma das iniciativas mais importantes da gestão, mas, ao longo de oito anos, essa ação isolada não foi suficiente para transformar a realidade do município como um todo. Em vez de um legado de mudanças estruturais, Ipiaú parece ter recebido, ao longo de sua administração, uma série de medidas pontuais, que não se integraram de forma eficaz às necessidades mais urgentes da população.
Para muitos, a gestão de Maria das Graças é marcada pela falta de uma visão de longo prazo, com ações que, embora importantes, não conseguiram impulsionar o município a um patamar mais elevado. A promessa de uma Ipiaú mais desenvolvida e justa parece ter ficado restrita às palavras proferidas nas cerimônias e não se refletiu em ações consistentes que impactassem positivamente a vida dos cidadãos.
Conclusão: O Verdadeiro Legado
O último ato de Maria das Graças à frente da Prefeitura de Ipiaú, com sua LOA e entrega de títulos fundiários, é um reflexo da tentativa de fechar seu ciclo político de forma celebratória. No entanto, para muitos, o verdadeiro legado de sua gestão será lembrado não pelos discursos em eventos, mas pelas dificuldades cotidianas enfrentadas pela população. O grande desafio para o novo governo será construir sobre os alicerces de uma gestão que, embora tenha apresentado alguns avanços pontuais, falhou em proporcionar as mudanças estruturais que Ipiaú tanto necessita.