Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a taxa de mortalidade infantil em Ipiaú é de 15,63 óbitos por mil nascidos vivos. Esse índice é superior ao registrado em Jequié, que apresenta 14,34, mas inferior ao de Ubatã, com 17,75.
No ano analisado, Ipiaú registrou 576 nascimentos e nove óbitos de crianças menores de 1 ano. Em comparação, Jequié teve 2.023 nascimentos e 29 óbitos na mesma faixa etária, enquanto Ubatã contabilizou 169 nascimentos e três óbitos.
Apesar de estar abaixo da média de Ubatã, os números de Ipiaú acendem um alerta sobre a saúde infantil na região. Especialistas apontam que indicadores como este refletem a qualidade do acesso aos serviços de saúde, condições socioeconômicas e políticas públicas voltadas para a primeira infância.
O tema ganhou contornos ainda mais graves após um caso ocorrido na véspera de Natal, que gerou comoção e revolta na cidade. A gestante Isabelly Souza Barbosa foi admitida no Hospital Geral de Ipiaú na tarde do dia 24 de dezembro com perda de líquido amniótico, uma condição que exigia atenção imediata. De acordo com familiares, o médico obstetra escalado para o plantão deveria ter chegado às 14h, mas só se apresentou às 18h.
Após o atendimento inicial, foi constatada a ausência de líquido amniótico, demandando a transferência urgente para a Santa Casa de Misericórdia, em Jequié. No entanto, a demora no atendimento e na transferência foi fatal: ao chegar à unidade, a bebê já havia nascido sem vida.
O caso gerou indignação na comunidade, que exige explicações claras sobre a falha no atendimento e medidas imediatas para evitar futuras tragédias. Moradores e familiares cobram uma investigação rigorosa para apurar responsabilidades e mudanças na gestão da saúde local.
Um problema que exige ação conjunta
Em um cenário onde o Brasil luta para reduzir a mortalidade infantil, a taxa de Ipiaú ainda representa um desafio. A meta nacional é alcançar índices próximos a 10 óbitos por mil nascidos vivos, alinhados às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Autoridades locais são desafiadas a intensificar esforços para ampliar o acesso ao pré-natal de qualidade, melhorar as condições de saneamento básico e garantir assistência pediátrica eficaz. Além disso, casos como o de Isabelly revelam a urgência de uma reestruturação no atendimento hospitalar de emergência.
A divulgação desses dados e do caso de negligência reforça a necessidade de ações conjuntas entre governo, sociedade civil e instituições de saúde para garantir um futuro mais seguro e saudável para as mães e crianças de Ipiaú. * Redação Ipiaú TV