O Natal em Ipiaú de 2023 veio com um cardápio inusitado: nada de chester, cestas básicas criticadas e demissões inesperadas. Entre celebrações magras e reclamações fartas, o clima de fim de ano na cidade está mais para azedume do que para fraternidade.
Depois de dois meses de espera, a Prefeitura finalmente retomou a distribuição de cestas básicas no domingo, 8 de dezembro. Para muitas famílias, foi um alívio: o benefício é essencial para quem enfrenta a vulnerabilidade. Mas, como diz o ditado, nem tudo são flores – e, nesse caso, nem todos os grãos foram bem recebidos.
Logo após a entrega, começaram a pipocar críticas de todos os tipos. O feijão distribuído virou alvo principal: “É mais sujeira do que feijão!”, reclamou uma moradora. Segundo relatos, o produto estava repleto de grãos estragados, como um “brinde surpresa” que ninguém queria ganhar. Já o arroz não ficou muito atrás no ranking de insatisfação. “Parece arroz cocada!”, desabafou outra moradora. “Quando cozinha, vira uma cola branca!”
Para famílias que esperaram dois meses pelo benefício, a decepção foi grande. Muitos esperavam algo mais robusto e de melhor qualidade, mas receberam uma cesta que, para alguns, foi mais motivo de frustração do que de alívio.
Mistério das Cestas Pagas e Não Entregues
Antes de retomar as distribuições, a prefeitura ficou dois meses sem entregar as cestas básicas, mesmo com os pagamentos à empresa responsável sendo realizados normalmente. Segundo o Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), tudo foi devidamente documentado, com notas fiscais e transferências regulares. Mas a pergunta que não quer calar permanece: onde foram parar as cestas desses dois meses?
A reportagem do Ipiaú TV promete investigar mais a fundo esse mistério e trazer respostas. Afinal, cestas que somem e feijões que não se comem são combinações difíceis de engolir.
Demissões e Revolta
Enquanto isso, no cenário político, outro tema tem gerado desconforto: as demissões em massa de contratados da prefeitura. Janeide, moradora do bairro Santa Rita, relatou em entrevista à rádio Ipiaú FM que muitos funcionários foram dispensados sem explicações, incluindo Geovane Santos, figura querida na Assistência Social. A indignação no bairro é tão grande que a comunidade já discute a possibilidade de manifestações.
Nos bastidores, especula-se que as demissões estejam relacionadas a tensões entre vereadores da base governista e a gestão municipal. A falta de apoio integral à aprovação da LOA (Lei Orçamentária Anual) seria o estopim para o “corte de laços”.
Da Festa à Frustração
Há pouco tempo, a gestão era motivo de aplausos e otimismo. Mainha e Laryssa brilhavam nas campanhas, e a população tinha esperanças de dias melhores. Mas o brilho foi perdendo força, e, para muitos, o fim de 2024 trouxe um sentimento de abandono.
Enquanto a oposição reforça o coro com o famoso “faz o L”, a população segue entre queixas e expectativas. Entre feijões sujos, arroz cola e demissões em série, Ipiaú se despede de 2024 com mais dúvidas do que certezas.
Mas há uma nova promessa no horizonte. O programa Cesta Forte, previsto para 2025, surge como uma luz no fim do túnel. A proposta da prefeita Laryssa Dias é avançar na concessão de benefícios sociais, com a entrega de uma cesta básica mais completa, incluindo itens de higiene pessoal, produtos de limpeza e até um vale-gás.
Que 2024 seja um ano de preparação para essa promessa e que, em 2025, o Cesta Forte traga mais dignidade e qualidade de vida para as famílias de Ipiaú. Afinal, o que todos esperam é que o futuro venha com menos polêmicas e mais soluções reais.