Ah, a política brasileira, sempre nos brindando com suas surpresas e ironias. Mal as urnas esfriaram e, como num passe de mágica, as cestas básicas evaporaram da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento de Ipiaú. Coincidência? Talvez.
Mas o Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) tem outra história para contar:
Segundo o TCM-BA, a empresa vencedora da licitação para fornecimento das cestas básicas continua recebendo religiosamente os pagamentos da prefeitura. As notas fiscais são apresentadas, os pagamentos são feitos, mas as cestas… bem, essas parecem ter seguido o caminho das promessas eleitorais: desaparecem no ar. E o valor pago em 2024 atingiu o recorde de R$ 3.199.973,92.
Enquanto isso, a população de Ipiaú clama, chorando: – “Maiiiiinha, a família ipiauense tá com fome, mainha!” Esquece as compras na Europa, pelo menos esse fim de ano Mainha. A enchente vem aí. A Senhora já deixou as fotos tiradas e entregues aos sites-propaganda, com as manjadas capas de chuvas amarelas; ou esse ano, pelo menos as cor será diferente?
É de cortar o coração, não é?
A ironia é que, durante a campanha, as cestas básicas eram distribuídas com a mesma generosidade de abraços e apertos de mão. Agora, são tão raras quanto um político que cumpre todas as suas promessas. E assim seguimos, dançando ao som da política, onde a fome do povo é apenas mais um capítulo na novela eleitoral. Quem sabe, na próxima eleição, as cestas básicas reapareçam, como num truque de mágica, para mais uma vez garantir os votos necessários. Até lá, resta ao povo esperar e, quem sabe, sonhar com dias melhores e cestas mais cheias. Há um velho ditado que diz que “quem planta vento, colhe tempestade”. Parece que para o povo de Ipiaú, a tempestade este ano, veio mais cedo na forma de cestas básicas desaparecidas. Tá indo tudo pelo ralo, rio a baixo.
1 comentário
E esse ano é sem o peru de natal
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