Um olhar sobre os dados do PIB das cidades de Ipiaú, Itagibá e Jequié entre 2010 e 2021 revela uma transformação econômica significativa no sudoeste baiano. Apesar da proximidade geográfica e de semelhanças históricas, Itagibá despontou com um crescimento econômico acelerado, enquanto Ipiaú apresentou um avanço tímido, acentuando as desigualdades entre os dois municípios. Conforme os dados de 2021, Itagibá alcançou um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,1 bilhão, superando Ipiaú, que registrou R$ 568,8 milhões. Essa diferença representa um crescimento de mais de 200% na riqueza gerada por Itagibá em relação a Ipiaú, um salto que se intensificou especialmente a partir de 2018.
Fatores que impulsionaram Itagibá
O principal motor desse crescimento em Itagibá foi o setor mineral. A exploração de níquel pela Mirabela Mineração trouxe um impacto direto na economia local, elevando a arrecadação de tributos, gerando empregos e movimentando setores como comércio e serviços. Essa atividade transformou o município em um polo de desenvolvimento na região, com reflexos visíveis na infraestrutura e nos indicadores socioeconômicos. Em contrapartida, Ipiaú, que historicamente se destacou como centro agrícola e comercial, tem enfrentado desafios na diversificação econômica. A queda na produção de cacau e a ausência de investimentos significativos em novos setores limitaram a capacidade de crescimento da cidade. Enquanto Itagibá modernizou sua economia com base na mineração, Ipiaú manteve-se dependente de atividades tradicionais, o que resultou em uma estagnação econômica.
Entre 2010 e 2021, o gráfico mostra que Itagibá saiu de uma posição quase equivalente à de Ipiaú para ultrapassá-la expressivamente. Até 2014, os PIBs de ambos os municípios eram próximos, mas a curva de Itagibá ganhou força a partir de 2018, ultrapassando Ipiaú e continuando em ascensão. Enquanto isso, Jequié, maior cidade da região, seguiu como referência econômica, com um PIB de R$ 3,17 bilhões em 2021. Ainda que Jequié não enfrente concorrência direta de Itagibá ou Ipiaú, o desempenho de Itagibá é impressionante ao aproximar-se de um terço da economia jequieense.
A expansão econômica de Itagibá trouxe benefícios evidentes, mas também levanta preocupações sobre a dependência do setor mineral. A volatilidade dos preços das commodities e o esgotamento das reservas de níquel são riscos que podem impactar o município no futuro. Já Ipiaú enfrenta um dilema urgente: encontrar novos caminhos para reverter sua estagnação. A cidade precisa de investimentos estratégicos para diversificar sua economia, modernizar sua infraestrutura e atrair empresas que possam revitalizar o mercado de trabalho e aumentar a arrecadação municipal. Esta comparação econômica entre Ipiaú e Itagibá é um alerta para os gestores públicos. Planejamento, visão estratégica e políticas públicas eficazes são indispensáveis para transformar potencial em progresso, garantindo que nenhuma cidade fique para trás na corrida pelo desenvolvimento.
Os dados do gráfico evidenciam o impacto de decisões econômicas e investimentos estratégicos. Itagibá colheu os frutos de uma gestão focada no setor mineral, enquanto Ipiaú permanece com desafios históricos. A lição que fica é que riqueza não é apenas resultado de recursos disponíveis, mas de como são utilizados e geridos para promover crescimento sustentável. * Redação Ipiaú TV
1 comentário
Interessante a matéria.
Dá pra perceber que se descontar a inflação do período, Ipiaú ficou muito mais pobre ainda.
E aliás, desconta-se que Jequié ficou mais rica relativamente, mais de 200% nesse mesmo período.
Ou seja, a política de Pão e Circo tá levando a economia de Ipiaú pra um naufrágio.
Alerta de tempestade: – O corte de gastos do governo federal, deve atingir o Bolsa Família de forma violenta.
Vixi… e se ainda vir esse ano, as tradicionais enchentes?
Aí o barco afundar de vez.
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