Ipiaú chega em 2025 com um “novo” governo e um grande dilema em tela, a ser testado e equacionado. A candidata da Flávia Mendonça (PP) foi legitimamente eleita, e daí, que cenário político enfrentará a Laryssa Dias, como nova prefeita de Ipiaú, com apenas impressionantes 14.370singelos 44% votos totais? Uma vitória robusta, de lavada, dirão os entusiastas pagos, negacionistas de plantão nas redes sociais, os tais dependentes beneficiários. Mas antes de alardearem “vitória absoluta” com frases orquestradas, ensaiadas pela infantaria, seguidas de aplausos e memes de oba-oba desamparados da realidade fática, vamos esmiuçar o que isso significa na prática, de verdade, em números absolutos irrefutáveis.
Dos 33.005 eleitores que afinal teve a cidade de Ipiaú em 2024, cerca 21% da população sequer saíram de suas casas para votar; talvez, estivessem mais interessados em aproveitar o domingão para fazer um churrasco com os amigos, ou, descansar, do que optar pela continuidade do atual governo. As contundentes, constrangedoras e correntes denúncias de corrupção, do atual governo, com consequente demissão sumária do coordenador capataz das licitações, além do afastamento judicial de pessoas “voluntárias”, cerne do governo, de não mais poderem adentrarem à sede da prefeitura… denúncias correntes apresentadas pelo MP, a polícia (Gaeco) e a justiça, durante o processo eleitoral… soma-se a isso os cerca de 1.300 votos nulos e brancos; e aí já temos quase 8.000 eleitores dizendo: “Não acredito mais nesse grupo político”.]
E o que dizer dos parcos 14.370votos de Laryssa?
Eles representam apenas 44% dos eleitores totais de Ipiaú. Traduzindo: 4 em cada 10 eleitores, menos da metade da população a escolheram oficialmente para comandar o município pelos próximos quatro anos, com um orçamento total previsto e trazidos a valor presente, de cerca de R$ 1 bilhão. O slogan: prefeita de “todos” é, na verdade, a escolha de uma pequena fração, 33% da população total. Tudo isso é pois, mais dramático do que imaginava e considerava até então, a versão corrente do grupo político por trás da figura.
Diante do aspecto legal, sim, tudo certo. E do respaldo moral, como fica?
Esses números, são representativo de verdade, em termos absolutos?
Bem… aí segue em aberto, correndo a própria sorte e forças, as questões de apuração de crimes contra o erário, de moralidade, de má gestão do dinheiro público, de falta de planejamento e controle, projeto de cidade do futuro… questões prementes, de ordem legal-moral e não filosófica necessariamente. Enquanto isso, 10.664eleitores optaram pela proposta da oposição, (número muito próximo) mostrando que a cidade está longe de um consenso político e aceitação pacifica da questão moral. Na prática, Laryssa governará uma cidade onde a maioria, ou não votou nela, ou não acredita no grupo político dela, ou ainda, não viu motivos reais para participar do processo eleitoral e dar mais um voto de confiança, na proposta de continuidade em epígrafe.
Tomara que tudo não passe apenas, de um processo regimental, figurado de troca de boneca de ventriloquia, (a velha pela nova – ambas forasteiras) teleguiada, soteropolitana remota-invisível. Em tempos de polarização e desafios administrativos gigantescos, a nova prefeita terá a difícil e árdua missão de convencer não apenas os que não votaram nela, mas também os que nem apareceram para dar sua opinião legal, e, além dos demais cidadãos ipiauenses, sócios desse grande condomínio, chamado Ipiaú. Ou seja, há um contraste armado aí: ela certamente terá facilmente a Câmara comendo na mão, ao passo que não tem a maioria da população crente em seus atos e falas. Haja narrativasdigital do marketing e da infantaria de plantão, para sufocar as reais demandas e cobranças do povo…
Representar a “todos” com apenas 44% de apoio dos eleitores, e 33% da população total; talvez exija mais do que boas peças de marketing oficial, diuturnamente veiculada na mídia de aluguel e da força do plantão das redes sociais, via Bolsa Zap, ou Emprego Fake — será necessária, uma verdadeira revolução na confiança e engajamento do povo de Ipiaú.
Torcendo pelo Bem Comum, e que venha o próximo capítulo da história de Ipiaú, com reais entregas a favor do real desenvolvimento, o qual não tem passado de slogan e peça de ficção da turma do caríssimo marketing terceirizado a preço de ouro (R$ 4,5 milhões no governo Maria). E que a prefeita eleita se lembre de que governar é muito mais do que vencer uma eleição.
E ainda, vencer uma eleição, não é necessariamente se tornar dona dos bens e recursos públicos unilateralmente. Afinal, governos vivem às custas do dinheiro público, tirado do lombo do povo de forma coercitiva e indireta, embutida no preço dos bens e serviços, pelos governos Federal (65%), Estadual (25%) e Municipal (10%). Em outras palavras, o dinheiro dos impostos é tirado “a força” da boca do contribuinte, o qual se não fosse a pesada carga tributária, trabalhista e previdenciária, o pai de família levaria para casa, comida para 3, e não apenas para 2, como é a real situação do contribuinte brasileiro.